Convidei minha amiga Dra. Naira Scartezzini Senna, Ginecologista e Obstetra, para esclarecer algumas dúvidas sobre o HPV.
O vírus HPV é sexualmente transmissível?
Sim. O contato sexual ainda é a forma mais comum de infecção pelo vírus, mas não é a única. Pacientes podem contraí-lo pelo contato com fômites (toalhas, biquinis, calcinhas), apesar de menos frequentes, são formas possíveis de contágio principalmente em situações de imunossupressão.
Serei eternamente portadora do vírus?
Não. O vírus é eliminado pelo sistema de defesa do seu organismo dentro de alguns anos após o contato, por isso é essencial cuidar de seu sistema imunológico com medidas que envolvem a boa alimentação, a prática de atividades físicas, o abandono de vícios nocivos e o consumo de polivitamínicos específicos no combate ao HPV. Importante ressaltar que as lesões causadas pelo vírus (verrugas ou lesões celulares microscópicas) são permanentes e necessitam de tratamento específico.
Uma vez contaminada não tenho mais riscos de me contaminar novamente?
Tem. Existem dezenas de subtipos de HPV, a infecção prévia por um subtipo não elimina os riscos de se infectar pelos outros. Além disso, estudos já indicam que a imunidade decorrente do contato com o vírus é decrescente, o que significa que anos após a infecção, o paciente se torna vulnerável ao mesmo vírus HPV novamente.
Como me prevenir?
Sabemos que a família de vírus HPV é composta por dezenas de subtipos identificados por diferentes números. As vacinas disponíveis no mercado protegem contra os 4 principais subtipos existentes, e são as maiores armas que dispomos atualmente contra o HPV. Sua aplicação no adulto consiste em 3 doses, que podem ser recebidas por pacientes com ou sem vida sexual ativa, que já foram infectados pelo vírus ou que nunca tiveram contato com o mesmo. Pesquisas recentes mostram que a vacina confere imunidade permanente ao paciente e reduz a agressividade de futuras manifestações do HPV causadas pelos subtipos não cobertos nas vacinas.
A vacina tratará a minha infecção?
Não. Nenhuma das vacinas disponíveis no mercado atual é terapêutica. Sendo assim não tratará o vírus nem nenhuma das lesões por ele causadas. Ela é um meio de construir anticorpos, que atuarão prevenindo novas possibilidades de infecção.
Onde as lesões de HPV podem aparecer?
As lesões causadas pelo HPV se expressam geralmente no aparelho genital feminino ou masculino. Na mulher, podemos encontrar lesões na vulva, vagina, meato uretral e no colo uterino. O ânus, a região peri-anal e outras áreas expostas do corpo (ex: garganta) também podem apresentar lesões.
Suspeito ter o diagnóstico, o que devo fazer?
Procure imediatamente um especialista que fará um exame físico cuidadoso bem como toda a investigação necessária com Papanicolau, Colposcopia, Vulvoscopia e testes biomoleculares.
Qual a melhor opção de tratamento para o HPV no mercado atual?
Existem inúmeras formas de tratamento das lesões, a mais moderna e eficaz delas ainda é o Laser de CO2, atingindo até 100% de sucesso no tratamento de lesões do HPV em apenas uma aplicação.
Estou grávida, posso tratar minhas lesões de HPV?
Pode e deve. Durante a gestação o HPV também deve ser investigado e tratado visando sempre o melhor para a gestante e o bebê. Muitos tratamentos são contra-indicados na gestação, mas o Laser de CO2 pode ser usado em qualquer fase da gestação, por não ser absorvido de nenhuma forma pela mamãe ele não apresenta nenhum risco ao bem estar do bebê.